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Agricultura Regenerativa pode produzir 23% a mais que a convencional, diz estudo da Cargill

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    Assessoria de Comunicação
  • há 1 dia
  • 4 min de leitura

Programa Regenera Cerrado acompanha 12 fazendas em Goiás para mostrar as vantagens de práticas sustentáveis, com validação científica de 35 pesquisadores


Vera Ondei | 05 de setembro de 2025

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Cultivo na Fazenda Brasilanda, em Montividiu, pioneira na adesão ao programa (Foto: Wanderson Manenti)


A agricultura regenerativa demonstrou maior resistência à estiagem em Goiás na safra 2023/2024, superando o sistema convencional em produtividade de soja. Enquanto talhões com práticas regenerativas alcançaram média de 69 sacas por hectare, áreas convencionais registraram 66 sacas, uma diferença de 4,5%. O resultado ganha relevância quando comparado à média estadual de Goiás, que ficou em apenas 56 sacas por hectare por causa da seca que afetou a região. Isso significa que o sistema regenerativo superou em 23% a média estadual.

Os dados do Programa Regenera Cerrado, patrocinado pela Cargill, foram coletados em 12 fazendas da região de Rio Verde, no sudoeste goiano, somando 7.841 hectares no bioma que responde por 60% da produção agrícola brasileira. A companhia renovou seu apoio para nova fase do programa, criado em 2022 para pesquisar práticas de agricultura regenerativa e disseminar informações científicas que estimulem sua adoção.

 

Base científica valida práticas empíricas dos produtores

Um time de 35 pesquisadores analisou dados coletados nas safras 2022/2023 e 2023/2024 durante três anos de trabalho. O programa caracterizou e validou práticas de agricultura regenerativa já utilizadas empiricamente pelos produtores nas fazendas monitoradas, estabelecendo relações com entomologia, fitopatologia, saúde do solo e outros indicadores.

“Essas fazendas trouxeram todo o seu estudo empírico para que os pesquisadores pudessem fazer essa validação científica”, afirmou Priscila Calegari, diretora de agricultura do Instituto BioSistêmico. Os achados da primeira fase foram sistematizados em 31 conteúdos científicos, incluindo 12 artigos já publicados. Para a Eliana Fontes, doutora, pesquisadora da Embrapa e coordenadora das pesquisas, “este projeto mostra como a ciência pode caminhar junto com os produtores para construir um futuro mais sustentável”.


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Eliana Fontes, pesquisadora da Embrapa e coordenadora das pesquisas (foto: Embrapa/cortesia)


Especialistas da Cargill explicam que a adoção de práticas como uso de bioinsumos, plantas de cobertura, cultivo consorciado e plantio direto resulta na melhoria da saúde do solo e sua capacidade de desempenhar funções ecossistêmicas. Essas funções incluem regulação climática, armazenamento de água, ciclagem de nutrientes e habitação de organismos, culminando numa capacidade de produção mais eficiente e estável, inclusive em cenários climáticos desafiadores.

Os especialistas responsáveis pelo projeto afirmam que o conteúdo gerado no Regenera Cerrado oferece ao setor uma base técnica validada, capaz de chancelar práticas regenerativas replicáveis associadas à melhoria em indicadores de desempenho mensuráveis. Um exemplo concreto é o estudo com abelhas, que registrou aumento significativo de espécies que nidificam no solo em áreas manejadas com práticas regenerativas, evidenciando benefícios diretos para a biodiversidade.

Carmen Pires, também pesquisadora da Embrapa, afirma que os dados mostraram “um incremento de diversidade e abundância de espécies de organismos importantes para o controle biológico de pragas e de abelhas, essenciais para a polinização da soja nas áreas onde há o maior uso de bioinsumos com a redução drástica de químicos”. Estes bioinsumos são produtos usados para fertilização do solo e manejo de pragas e doenças.

 

Viabilidade econômica se consolida no longo prazo

A pesquisadora Rubia Marques, do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), esclarece que o verdadeiro ganho que motiva o produtor a investir no cultivo regenerativo não é necessariamente econômico quando está no início do processo de transição. A diferença em produtividade pode ser compensada ou até se tornar negativa quando considerados os custos de produção.

Os benefícios são agronômicos: investindo no cultivo regenerativo e melhorando a saúde e eficiência do agroecossistema produtivo, o ganho pode ser refletido na produtividade do milho de segunda safra, que nas áreas do projeto foi em média 10% maior nos talhões regenerativos. O custo de produção é reduzido ao longo dos anos à medida que o solo se regenera e a dependência de insumos sintéticos diminui.

Marques destaca que o resultado representa “um bom indício da resiliência produtiva de sistemas que adotam práticas de agricultura regenerativa. Em anos de adversidade climática, tais sistemas sofrem menos danos e tendem a performar melhor que os convencionais, proporcionando maior produtividade e rentabilidade numa perspectiva de médio-longo prazo”.

 

Desafios para expansão em escala nacional

Os especialistas responsáveis pelo projeto identificam obstáculos para levar essas práticas de forma consistente para outras regiões produtoras do Brasil. Os principais desafios envolvem a necessidade de compreender os processos complexos inter-relacionados na agricultura para adaptar as técnicas às especificidades de cada bioma.

Outros obstáculos incluem ampliar a escala de difusão científica até a assistência técnica e produtores rurais, engajando-os por meio de evidências claras da viabilidade econômica e operacional. Os benefícios podem se concretizar apenas no médio-longo prazo, além da necessidade de demonstrar a resiliência do sistema em condições de adversidade climática.

Os especialistas responsáveis pelo projeto também apontam a necessidade de formar mais profissionais capacitados em agricultura regenerativa para difundir as práticas comprovadas cientificamente.

Além do apoio da Cargill, o programa envolve 11 entidades, incluindo instituições de pesquisa como EMBRAPA, Instituto Federal Goiano, UFLA, UFRJ, UnB, UNICAMP, UFV e EPAMIG. Coordenadas pelo Instituto BioSistêmico, as atividades incluem o Grupo Associado de Agricultura Sustentável e o Grupo Associado de Pesquisa do Sudoeste Goiano.

“A Cargill fica feliz em poder apoiar o Regenera Cerrado que promove práticas de agricultura regenerativa pois acreditamos que estas práticas e o manejo sustentável do solo têm impacto no clima e nas pessoas, sejam produtores ou consumidores”, afirma Letícia Kawanami, diretora de Sustentabilidade do Negócio Agrícola da Cargill para América do Sul.

 

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Fonte: Forbes Agro



 
 
 

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